22.3.04

A Santa Sexta-Feira e o Show do Jethro Tull

Passava um pouco da 19:30 de sexta a noite. Eu estava sentado ao computador esperando uma pessoa aparecer no MSN quando meu telefone toca. Era Pedro – meu fiel escudeiro.
- Preguinho, quer ir no show do Jethro?
- Pô neguinho, to duro feito côco!
- Caralho! Eu perguntei se você quer ir ao show e não se você tem dinheiro!
- Claro que eu quero, porra!
- Daqui a vinte minutos eu te ligo!
Sento-me ao computador mais uma vez para esperar. O telefone toca de novo. De novo era Pedro – meu fiel escudeiro – cantando no meu ouvido:
- “Sitting on a park bench”
- Vai rolar?
- Vai! Lá pelas dez e pouco a gente passa aí!
Dilema... Eu precisava muito, mas muito mesmo falar com a pessoa que eu estava esperando e nunca tinha visto um show do Jethro! O que fazer, meu pai?
Eis que a pessoa que eu estava procurando aparece. Contei meu dilema e ela, adoradora de Jethro também, me manda ir ao show. Tínhamos perto de duas horas para conversar e foi o que fizemos. O que foi dito? Só a gente sabe! Mas as coisas se resolveram da melhor maneira possível! A hora fatal chegou. Nos despedimos, passei pela geladeira pra pegar cerveja para o povo que estava chegando. Desci, entrei no carro e nos dirigimos para a Barra da Tijuca – o cu do Rio de Janeiro.
Ano de eleições para a prefeitura dos estados da confederação é uma merda! Na esquina da Jardim Botânico com Pacheco Leão, as obras permitiam que somente um carro por vez passasse. Tanto de um lado como do outro. O show começava as 22:30 e as 22:15 estávamos presos na rua Jardim Botânico. Alguém aí sabe o que é o transito normal da rua Jardim Botânico? Agora imagina quando só passa um carro de cada vez. Imaginou? Agora some-se a isso a nossa angústia pra chegar logo na casa de shows do Rio que mais mudou de nome (qual é o nome mesmo?).
Felizmente, ao passarmos pela rua Pacheco Leão, o trânsito melhorou e em poucos porém angustiantes minutos, chegamos ao Via Parque. Adentramos o estacionamento do shopping e... quem foi que disse que tinha vaga? Rodamos, rodamos, rodamos e estacionamos perto de um jardinzinho. Comentei:
- Foi impressão minha ou tinha uma fila enorme de gente na porta?
- Deve ser gente saindo do shopping e pagando estacionamento...
Claro que não! Era fila mesmo! Comentei:
- Bom... com esse monte de gente do lado de fora, o show não deve nem ter começado ainda! – Um carinha que estava na nossa frente vira-se para trás e, com toda a propriedade nos informa:
- O show já tá rolando há uns quarenta minutos!
Depois de superados todos os percalços, entramos no “não-sei-das-quantas” Hall e, como fora anunciado pelo arauto da desgraça anteriormente, o show já tinha de fato começado. Fomos nos embrenhando naquele mar de gente tentando achar um lugar que desse pra ver o palco. NOTA: nunca vi um show de Rock and Roll onde, na frente do palco ficam várias mesas e o povo roqueiro mesmo, se espremendo lááááá trás! Nunca vi isso na minha vida!
Bom, estávamos lá, o show estava rolando, a cerveja era Brahma (eca!) e custava cinco dinheiros. O garçons quase morreu de rir comigo:
- Quanto é a cerveja, irmão?
- Cinco dineiros!
- Uma só?
- Uma só!
- Putamerda! E é Brahma ainda por cima?? Bom... já que não tem tu, vai tu mesmo!
Nesse momento, Ian Anderson pára para conversar com a platéia e eu dou um berro histérico:
- SONGS FROM THE WOODS!!!
Não é que ela atacou de Songs from the Woods?
O show foi ótimo! Nota 10!! A organização do evento... nota 0!
Mas o que importa mesmoé que, durante todo o show, eu só pensava naquela pessoa. E dancei! Pra quem me conhece sabe que isso é raaaaro... Mas lá estava eu. Dançando! E só dançava porque pensava naquela pessoa e no quanto ela gosta de dançar!
Que foi? Tô feliz, oras!

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