31.12.13

Pobre Asdrúbal...

Naquele dia lindo de dezembro, Asdrúbal acordou e fez tudo que achava que devia fazer. Foi ao mercado comprar as coisas da ceia que só ele comeria. Claro que ele já tinha planejado e na verdade, pela primeira vez ia fazer a ceia que há muitos anos vinha querendo: saladas!
Ele não acreditava que era saudável comer peru, presunto e todas essas coisas cozidas fariam uma ceia saudável. Principalmente nos últimos dois anos quando ele se tornara vegetariano. Muitas vezes ele se achava um vegetariano fajuto, pois comia ovos e leite. E manteiga, mas sempre teve a preocupação de saber de onde vinham o leite e os ovos, Queria ter certeza que viriam de uma produção onde não havia maus tratos aos animais.
Um belo dia se pegou pensando que a manteiga que ele usava pra fazer os molhos brancos ou qualquer outra coisa, não passavam pelo mesmo critério de “qualidade”. Se sentia hipócrita e meio monstro. Aquilo não fazia bem a ele. Ainda assim, continuava a comprar ovos e leite somente das fazendas ou granjas que publicamente se declaravam isentas de sofrimento animal.
Na verdade, Asdrúbal tinha uma pulga atrás da orelha. Se perguntava o porquê as empresas das quais ele comprava tão cegamente o leite (em uma empresa) e os ovos (em outra empresa) nunca apresentaram os subprodutos do leite e dos ovos.
Mas isso não é importante. Nem nunca foi nessa pretensa parábola. Asdrúbal passou a vida negligenciando coisas e pessoas que gostavam e gostam dele. Algumas vezes saía de um relacionamento como se ele fosse a pessoa maior quando na verdade, nunca tinha sido. Aceitava brigas, arrumava brigas e doenças pra facilitar. Se perguntava quase todas as noites “onde havia errado”. Mas ele sabia mesmo sem se perguntar. Sabia que não queria se ferir ou ser ferido e se perguntava se “isso era realmente possível”.
Talvez fosse... Ou talvez ele realmente não soubesse diferenciar um bom sexo de um bom relacionamento...

Onde iria o pobre Asdrúbal? Quantas possibilidades? Saberia ele como todas as possibilidades terminariam? Terminariam todas as possibilidades? Ou seria ele o eterno viajante do tempo?

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