13.9.09

A busca pela bem-aventurança

Eu gosto MESMO é dessas manhãs e tardes quando a casa se enche de sons e cores!
While working at the conformity factory, my love almost bled to death...

6.7.09

Mariana

De tudo o que sentia, o que mais chamava atenção era o quão diferente era de seus pais.
A mãe obsessiva. Quando limpava a casa, fazia de modo que a Virgem Maria pudesse descer dos céus e usar a latrina. No fundo, todo mundo é assim. Não teria problema se isso acontecesse uma vez por semana, mas isso acontecia todos os dias. Francamente, era demais.
Seu pai era da rigidez militar e tinha como lema “ordem e método”. Era ritualístico: chegava em casa do trabalho, se servia de uma dose de uísque e sentava para assistir o jornal. Como não fosse suficiente, era racista. Nos dias em que excedia sua uma dose, bradava aos quatro ventos:
- Esses alemães foram, são e sempre serão idiotas! Na tentativa de exterminar os judeus, fizeram um puta serviço de preto! - Daí pra baixo.
De tanta vergonha, a mãe munia-se de um pano e partia a limpar a cozinha. Resmungando como o Zé Buscapé de saias.
Do alto de seus dezenove anos e já acostumada com os teatros familiares, simplesmente flutuava pela vida. Amava o sol e adorava a chuva. Criava amores-perfeitos no parapeito da janela do quarto e conversava com eles a cada rega.
Escrevia poesias. Não era Drummond nem Pessoa, mas gostava do que escrevia. Adorava escrever ao som de Full On. Ela mesma percebia a contradição e o abismo entre as duas coisas, mas a final, ela era assim. E dizia:
- É uma coisa Ying-Yang, sabe? A dualidade do ser humano, uma coisa cósmica e tal...
Vivia na porta do Estação. Adorava ver as expressões das pessoas quando saiam de um filme e tentava adivinhar se o filme era bom, se ela gostaria, se recomendaria ao namorado.
Ah! Ela tinha um namorado. Ela era artista plástico. Morava num apartamento que ele comprara e transformara num loft que não tinha móveis. Mariana passava as tardes lá e adorava ver seu namorado pintar, esculpir. Gostava de ficar no meio daquela confusão de tintas, telas, argila e metais. Ela se sentia parte do processo criativo dele. Gostava de acreditar que ela era a musa, a grande inspiração divina, a epifania. Curiosa e inesperadamente como tudo na vida dela, o namoro acabou. Caminhando pelo Jardim Botânico, ela se deparou com um sujeito que estava sentado num bar. Ela escutava bossa-nova no mp3, mas ele não olhou de volta. A luz de seus olhos só se encontrariam mais tarde. Ele escrevia. Rabiscava mais que escrevia. As palavras vinham como que de outro mundo e ela se encantou. Atravessou a rua e sentou na mesa ao lado dele. Ele, meio concentrado, meio encantado, fingiu não ter visto. Bebericava o chopp e beliscava o cigarro meio fumado pelo vento. E rabiscava num pedaço de papel coisas sobre o espaço e o tempo. O perder, o encontrar, o querer.
Sem saber por que, ele levantou os olhos do papel e encontrou os olhos de Mariana. Ela sorria como ele nunca tinha visto. “Across the Universe”, ele pensou.
- O que você tá escrevendo?
- Não sei. Mas tenho certeza que é pra você!
Depois de um tempo, Mariana na casa de seus pais. Chamou os dois na sala e disse com seu jeitinho calmo:
- Vim aqui pegar minhas coisas. Vou me mudar. Não quero que vocês fiquem chateados comigo. Na verdade, acho que nunca pertenci, nunca fiz parte. – Subiu as escadas, fez sua mala, pegou seus amores-perfeitos e se foi.
No dia seguinte, a mãe de Mariana fez o mesmo. Sumiu no mundo com uma mala contendo uma muda de roupas, uma escova de dentes e uma foto de sua filha. Quando o primeiro inverno depois de todos esses acontecimentos chegou, o pai de Mariana, tão desbaratinado, pegou o revólver na gaveta achando que era a bombinha pra asma. Da mãe, nunca mais se ouviu falar. Dizem por aí que comprou uma moto e viaja mundo a fora com outros motoqueiros. Outros dizem que casou com uma defensora dos direitos das mulheres.
Mariana e o escritor moram juntos e têm um filho. Os dois compraram uma casa e a cercaram de amores-perfeitos. Viajam uma vez por ano pra Europa, bebem vinho, escutam música, escrevem, fazem amor...

2.7.09

A César o que é de César

Bom... Com a grana das minhas féria eu acabei por comprar um IPod. Shuffle, mas IPod.
Uma das minhas grandes diversões depois de comprar esse brinquedinho é selecionar as músicas que eu vou escutar sabe-se lá em que ordem, sabe-se lá indo pra onde (ou vindo de onde), sabe-se lá fazendo o que.
Acabou que, sem querer, coloquei uma música no Tamagoshi-IPod que eu não escutava há séculos. E o bacana nem foi isso... Foi lembrar de quem me ensinou a gostar desse som. E, pensando nisso, a verdade é que essa pessoa acabou por me ensinar tanta coisa mais que isso...
Me ensinou carinho, mais ainda do que eu já conhecia. Me ensinou que vida a dois é uma coisa super legal. Que mesmo não sendo um cachorro, se pode abanar o rabo quando a pessoa que você ama chega em casa! Hahahahaha! Isso era o máximo!
Saudade de você, pessoa!

Ah! e a música é essa

8.6.09

Penso

Ando pelas ruas debilmente iluminadas pelos parcos postes e penso. Logo, Existo?
Penso. Logo, sou!
Porque o ato de pensar é muito mais pessoal do que simplesmente existir.

28.5.09

Bate papo

Tava de papo com uma amiga no msn e ela me pergunta se tá tudo bem. Respondo que tô num clima "fim de férias". Daí ela me aconselha: "Cuidado com a deprê!". Apuro o ouvido e tá chovendo.
Cuidado com o que mesmo?
Mas tá maneiro...

8.5.09

Where...

Where have I loved you before? If only now we seem so close?
I know I’ve seen you... The other day... In a dream
When have we been so in Love with each other?
Did you forget me? ‘Cause I have...
Have you met someone else? Have you loved someone else?
Do you want to go for coffee?
See ya! Love ya!
Bye...

2.4.09

Deixa eu te falar...

Deixa eu te dizer uma coisa. Deixa eu te falar sobre as minhas fraquezas. Deixa eu te contar das coisas que me deixam super feliz.
Você quer ouvir? Você chora quando vê um filme? Você chora quando escuta um pedacinho tão lindo de uma música?
Essas coisas são pedacinhos do céu, de uma coisa muito maior que a gente e que chegam aqui com a única finalidade de fazer a gente pensar, chorar, pensar.
Daí que a gente se rasga, sofre, chora e faz pensar que tem toda uma coisa ali na frente da gente.
O que á lá na frente, a gente nem conhece, mas a gente molda. O que ficou pra trás, a gente usa como aprendizado.
Agora, a gente curte, aproveita, enjoy, abre os braços, mete os peitos.
Eu, encho minha taça, acendo um cigarro e aproveito.

21.3.09

Beatnik

And why is that? Why do I feel so ashamed when I think of any of you?
Why do I think of flowers? Why do the flowers silently sream?
É como se houvesse uma razão. E na verdade meus farrapos são só oque restam quando penso na sua metade.
Na metade que me completa, na metade que você completa. Mas quem É você? Você é?
Você grita como as flores amarelas ou as margaridas grtiam junto em silenciosa harmonia?
Você grita como as flores amarelas ou as margaridas grtiam junto em silenciosa harmonia?

10.3.09

Lento Acordar

Ali, deitado na relva, acariciado pelo toque do sol que cega e aquece, que ilumina e queima. Sentia e dava boas vindas às cores, ao calor, ao toque da grama em suas costas, em suas pernas. A cena bucólica era como um prelúdio. Já não escutava nada ao seu redor o mundo estava ali aos seus pés. Levou as mãos ao rosto e se permitiu sentir-se vivo, quente. Sorriu levemente. Esticou os braços, espreguiçou-se, rolou.
O acordar já não lhe pareceu tão pesaroso. A gata, enroscada entre suas pernas percebeu o movimento e o saudou com um miado preguiçoso, rouco de sono. Esticou o braço e sentiu a cama vazia do outro lado
- Talvez seja hora...

22.2.09

A gente

Quando foi que a gente se distanciou tanto? Por quê? Eu gosto tanto de você! Quero tanto te abraçar, sentir esse calor que você faz tanta questão de esconder atrás dessa frieza calculista, impessoal.
Meu carinho, meu abraço é de graça.
A gente tem a mesma necessidade: a gente ficou tão distante que a gente se esbarra e faz tanta pergunta idiota só pra sentir um pequeno contato com o outro. A gente precisa de contato físico, emocional... E a gente só faz viver dentro da gente.
E se a gente tentasse viver junto?
Vai que dá certo...

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