Então os dois pararam naquela pequena rua. A vontade das
mãos que se procuravam. Os olhos perdidos na imensidão dos olhares que se
buscavam. A eletricidade dos corpos que se queriam tanto. A chuva que mais
trazia a vontade do abraço. Os lábios calados. Os olhares que se encontraram. O
receio. O tremor. O carinho. O polegar que de leve passou pela bochecha. Os
olhos fechados, o gostar, quer. O toque dos lábios na pele, as mãos no rosto,
os lábios nos lábios. O cheiro, o gosto. Mais uma vez os olhos se encontraram e
agora as mãos se deram, os dedos se entrelaçaram, os braços envolviam o corpo, as
respirações descompassaram. Se apertavam, se desejavam, se queriam, se sentiam.
De que importa a chuva, o frio, a rua deserta?
Se encontraram.